Um dos projetos apresentados ao Banco Mundial para financiamento em Manaus se refere à viabilidade de agregar ao sistema de transporte coletivo da cidade o modal aquaviário. O transporte fluvial tem potencial para ser implementado tanto no Rio Negro quanto no igarapé do Mindu. A proposta foi inspirada na experiência bem-sucedida da cidade de Bangkok, na Tailândia, onde o prefeito Arthur Virgílio Neto participa de uma conferência do Banco Mundial para cidades resilientes.
Em visita ao sistema de transporte na capital da Tailândia, o prefeito de Manaus destacou as semelhanças das condições encontradas em Bangkok, que facilitariam a implementação de um sistema semelhante em Manaus. O prefeito visitou as estações hidroviárias acompanhado da delegação de Manaus e um representante do Banco Mundial.
“Eu acredito que esse modal pode ser integrado ao BRT. Podemos aproveitar o sistema tradicional que já existe para funcionar como alimentador, usar o melhor BRT que possa existir no mundo, e que teremos em Manaus, e associa-los ao transporte fluvial, porque nós temos muitos rios e igarapés navegáveis que podem representar um grande desafogo ao trânsito”, explicou Arthur.
O sistema fluvial onde a delegação de Manaus embarcou fica localizado no principal rio da cidade, o Chao Phraia. Segundo o prefeito Arthur Virgílio, o rio, além de servir para mobilidade urbana, contribuindo para aliviar o transporte público nas ruas, também é um importante ponto turístico, devidamente aproveitado pelo setor local. “Aqui no Chao Phraia nós podemos ver, além dos barcos que transportam pessoas, grandes embarcações que oferecem passeios turísticos com jantares a bordo. Existem shoppings, grandes empreendimentos em construção e uma infinidade de hotéis”, disse.
O rio Chao Phraia possui mais de 30 estações de embarque e desembarque de passageiros, sendo algumas conectadas a terminais de ônibus e estações do metrô. O preço médio da tarifa é de 15 Baths, aproximadamente R$ 1,48. As embarcações que fazem o serviço de transporte regular de passageiros têm tamanhos variados e transportam passageiros sentados e também em pé. A cada píer de parada, dezenas de passageiros entram e saem dos barcos da mesma maneira como ocorre no transporte terrestre. Tanto nas estações, quanto nas embarcações, há funcionários do sistema orientando e controlando o acesso dos passageiros.
“Para que haja essa integração do modal convencional de ônibus ao BRT e ao sistema aquaviário em Manaus, nossa primeira medida será promover um detalhado estudo técnico da navegabilidade do igarapé do Mindu. Acreditamos que serão necessários, ao menos, três pontos de integração para tornar o nosso sistema de transporte intermodal”, explicou o diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Claudio Guenka, que integra a comitiva municipal.