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Paciente que sobreviveu à raiva humana inicia reabilitação na FMT-HVD

O paciente de 14 anos que sobreviveu à raiva humana, iniciou, nesta semana, o tratamento de reabilitação.

Por Roseane Mota/ Lúcio Pinheiro, Secretaria de Estado da Saúde - SUSAM
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
 
 
 

Paciente que sobreviveu à raiva humana inicia reabilitação na FMT-HVD
Fundação de Medicina Tropical. / Roberto Carlos / SECOM

O paciente de 14 anos que sobreviveu à raiva humana, iniciou, nesta semana, o tratamento de reabilitação com a estrutura especial montada na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A equipe multidisciplinar que acompanha o adolescente apresentou uma avaliação do quadro clínico dele, nesta terça-feira (27/02). O jovem já apresenta melhoras significativas, mas deve seguir o tratamento por tempo indeterminado. Ele é considerado pelo Ministério da Saúde como a quinta pessoa a sobreviver ao vírus da raiva humana no mundo e a segunda no Brasil.


O paciente retornou à FMT-HVD no sábado (24/02) para uma nova fase do tratamento, focado na Medicina de Reabilitação. Uma estratégia especial para o acompanhamento dele foi montada, sob orientação do secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, após reunião, na unidade, com a direção e equipe que acompanha o tratamento do paciente. Ele estava, desde o dia 23 de dezembro de 2017, no Hospital e Pronto-Socorro da Criança (HPSC) da Zona Leste, unidade de saúde referência no tratamento neurológico de crianças e adolescentes.

Na FMT-HVD, uma enfermaria privativa foi reservada e equipada aos moldes de uma internação semi-intensiva. O tratamento será por tempo indeterminado, para cuidar de possíveis complicações causadas pela raiva humana. "O objetivo é oferecer, agora, as condições para que ele vá, com o tempo, recuperando funções essenciais para o organismo. Para isso, autorizei que fosse montada uma estrutura própria e adequada, com o corpo clínico necessário para iniciarmos um tratamento de reabilitação", disse o secretário.

Avaliação - Na última segunda-feira (26/02), o adolescente passou por avaliação de toda a equipe de saúde que o atenderá, composta por pediatras, infectologistas, neurologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais, além de apoio clínico laboratorial.

De acordo com o diretor de Assistência Médica da FMT-HVD, infectologista Antônio Magela, que coordena a equipe responsável pelo tratamento, o paciente já apresenta melhoras significativas. “Ele está com cânula de traqueostomia, mas respira espontaneamente. Iniciamos a fisioterapia respiratória, para estimular o restabelecimento completo do sistema respiratório. Ele também reage ao ver a família e se comunica por meio de gestos. Será um caminho longo, mas acreditamos que irá recuperar as funções”, declarou.

O trabalho principal, agora, será em três aspectos: nutrição, fisioterapia e fonoaudiologia. Ele perdeu muito peso e ficou fraco. Por isso, continuará se alimentando através de sonda por um tempo. A nutricionista Claudia Mafra preparou uma dieta especial para o paciente e acompanhará os resultados diários. “Aumentamos a oferta de alimentos, para que ele recupere peso e, associado à fisioterapia, massa muscular”, explicou.

Fisioterapia - O tratamento inclui três sessões de fisioterapia por dia. “Entre as sequelas da doença, há motoras. Ele tem dificuldade para fazer alguns movimentos. Por isso, a fisioterapia será intensa. Estamos fazendo mobilização passiva, alongamentos, fisioterapia respiratória, movimentos na caixa torácica que auxiliam na mobilização de secreções e minimize o impacto que possa ser causado no paciente, principalmente, infecções pulmonares, e dando um pouco mais de independência motora para ele, dentro das limitações clínicas consequentes das sequelas da raiva humana”, detalhou o fisioterapeuta José Alexandre Almeida.

O fisioterapeuta explica, também, que o paciente reage a estímulos. “Ele tem respondido, dentro das suas limitações, à terapia. O fato de ele estar compreendendo o que lhe é solicitado ajuda muito na sua recuperação, em todos os fatores que estamos tratando”, ressaltou Almeida.

Fonoaudiologia - Para a equipe de saúde, o paciente pode recuperar a fala. “A capacidade de comunicação está entre as sequelas já identificadas. No entanto, ele balbucia alguns sons para se comunicar com os pais e com a equipe que o acompanha. Ele está fazendo uma sessão de fonoaudiologia por dia, para que possamos trabalhar este aspecto. A fisioterapia é também uma aliada neste fator. As crianças, como ele, são pacientes que costumam nos surpreender, pois têm recuperações muito melhores do que as de adultos. Acreditamos no melhor para ele”, disse o pediatra Marcus Fernandes.

A infectologista chefe do Departamento Clínico da FMT, Lucilaide Santos, também se mantém confiante quanto à recuperação do menino. “É um caminho longo, mas nós não perdemos a esperança. Como todos podemos ver, é uma criança que já sofreu bastante, mas é forte. Tem desejo de ficar vivo, e vemos sempre o apoio e esperança dos pais. Isso nos anima e faz com que a equipe trabalhe de forma tão eficaz, com humanização, nos cuidados dessa criança. Realmente, temos esperança de que vai se recuperar e ter qualidade de vida”, afirmou.

Equipe muldisciplinar - A equipe que acompanha o paciente é composta pelos seguintes profissionais: infectologistas - Antônio Magela e Lucilaide Santos; pediatras - Marcus Fernandes, Vanine Fragoso, Fernanda Matias e Helcio Renan; nutricionista - Claudia Mafra; fisioterapeuta - José Alexandre Almeida e Glauber Taveira; fonoaudióloga - Cristina Rodrigues; neurologistas - Maria de Lourdes Galvão e Pablo Vinicius; gerente de enfermagem - Maria Ivanir Freitas; odontólogo - Milton César; e gerente de urgência Silvio Fragoso.

Um relatório completo da avaliação do paciente será encaminhado ao Ministério da Saúde, que acompanha o caso. No início, quando foi diagnosticado com a doença na FMT-HVD, o adolescente foi submetido ao Protocolo de Milwaukee, um tratamento experimental para raivas em seres humanos, e teve uso autorizado pelo Ministério da Saúde.

Diagnóstico precoce - O infectologista Antônio Magela considera que um dos principais fatores que contribuiu para a cura foi o diagnóstico precoce da doença e a internação imediata. O adolescente chegou ao Hospital da FMT-HVD consciente, sem nenhum sintoma neurológico, mas foi tratado desde o primeiro momento com o Protocolo de Milwaukee, por conta do histórico de agressões de morcego. A primeira internação na unidade foi na FMT-HVD, em 02 de dezembro de 2017.

O tratamento consiste na sedação do paciente (coma induzido) e uso de medicações – um antiviral e outro medicamento precursor de neurotransmissores, controle da motricidade dos vasos sanguíneos do sistema nervoso central e prevenção de convulsões. No processo, o paciente é mantido em coma induzido, ventilação mecânica e cuidados intensivos de suporte à vida. As medicações foram enviadas pelo Ministério da Saúde à FMT-HVD.

“Ele foi o terceiro membro da mesma família a ser internado. O irmão mais velho, infelizmente, já chegou a Manaus em estado grave e veio a óbito antes de receber o diagnóstico de raiva humana. A irmã de dez anos foi internada na FMT-HVD e chegou a iniciar o Protocolo de Milwaukee, mesmo sem a confirmação de raiva, mas já apresentava quadro muito grave e, lamentavelmente, também não resistiu ao tratamento. Este adolescente foi internado horas após a irmã falecer, apresentando formigamento nas mãos. Nesse mesmo dia, durante a noite, ele teve uma convulsão e precisou ser sedado e encaminhado à UTI”, explicou Magela.

A família do adolescente vive em uma comunidade ribeirinha localizada no Rio Unini, em Barcelos, onde foram relatados casos de agressão por morcegos em humanos. Os três irmãos tiveram histórico de agressão por morcegos hematófagos.

Referência - Durante todo o tratamento, as equipes de saúde têm mantido contato com o criador do Protocolo de Milwaukee, o médico norte-americano Rodney Willoughby, referência mundial no tratamento de raiva humana. Ele acompanhou todos os casos com cura da doença no mundo, inclusive o primeiro no Brasil, que ocorreu em 2009.

 

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