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Arqueólogos descobrem templo religioso no Lago Titicaca, na Bolívia

Um antigo lugar cerimonial descrito como "excepcional" foi descoberto nos Andes.

Por Alice Bachiega, Conversion
sexta-feira, 12 de julho de 2019
 
 
 

Arqueólogos descobrem templo religioso no Lago Titicaca, na Bolívia
Lago Titicaca. / Divulgação / Conversion.

Segundo pesquisadores, elite do Estado de Tiwanaku navegava até o meio das águas para apreciar a vista panorâmica dos Andes

Um antigo lugar cerimonial descrito como "excepcional" foi descoberto nos Andes sul-americanos por arqueólogos marinheiros britânicos, que coletaram objetos de rituais e restos de animais mortos em um recife no meio do Lago Titicaca, entre a Bolívia e o Peru.

Eles acreditam que ali aconteciam grandes cerimônias em que a elite da região de Tiwanaku (hoje território boliviano) navegava até o meio das águas e ali sacrificava lhamas jovens, aparentemente decoradas para a morte, e faziam oferendas de ouro e com esquisitas miniaturas de pedra para uma divindade com rosto de raio, assim como acendiam incensos colocados sobre vasos de cerâmica.

O estado de Tiwanaku se estendia por toda a bacia do lago, na fronteira entre os dois países, entre os séculos V e XII d.C, e se tornou rapidamente um dos maiores e mais influentes dos Andes. Formado por uma falha natural que divide os Andes em duas cordilheiras, a bacia é um ecossistema único com uma ilha no meio -- a 3,8 mil metros do nível do mar. Na época da invasão espanhola, a bacia abrigava cerca de um milhão de pessoas, segundo os historiadores.

Os arqueólogos decidiram explorar o recife Khoa depois que mergulhadores amadores encontraram vários itens antigos no local. O lago é um dos cartões-postais tanto do Peru como da Bolívia, e arrasta multidões todos os anos para a região -- o Brasil é conectado aos dois países por passagens aéreas da Azul, da Gol e da Latam. O recife está submerso em mais de cinco metros de profundidade a cerca de 10 km ao noroeste da Isla del Sol, a ilha central do Titicaca. Os pesquisadores escavaram uma série de artefatos, incluindo um figurino de puma e outras miniaturas de animais feitas em pedra, além de ornamentos de ouro, incluindo folhas gravadas, um medalhão e uma peça em forma de L marcada com silhuetas de puma e de condor.

Folhas de ouro perfuradas, ainda presas a fragmentos de couro, podem ter sido usadas para capas para as orelhas e outros adereços para ornar as lhamas mortas nas cerimônias, acreditam os pesquisadores. Tirados juntos, os itens revelam como as cerimônias apresentam e dispunham dos materiais mais prestigiosos que podiam ser comprados no antigo império andino. Além do ouro e das pedras esculpidas e polidas, eles também encontraram conchas e ostras espinhosas das águas quentes da costa equatoriana, a quase 2 mil quilômetros de distância do lago -- elas provavelmente foram intercambiadas com nativos do que hoje é o Equador.

"O que é ótimo sobre nossa descoberta é que, para além da beleza e da qualidade da manufatura, eles foram descobertos intactos", disse Christophe Delaere, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que trabalhou com os arqueólogos. "Essa é uma das vantagens dos patrimônios submersos. O Lago Titicaca protege uma cultura material antiga do homem e do tempo. Nunca antes tantos artefatos com essa qualidade tinham sido descobertos, e a história que eles contam é excepcional", comemorou ao jornal britânico Telegraph.

Os pesquisadores ainda descobriram ossos de lhamas e restos de peixes queimados, que deviam ser comidos durante as cerimônias. As marcações feitas com carvão, carbono e ossos no local mostra que as oferendas foram feitas entre os séculos VIII e X, segundo a National Academy of Sciences, no Reino Unido.

As oferendas antigas não são as primeiras riquezas culturais descobertas no Titicaca, mas a qualidade e a abundância dos itens coloca o recife de Khoa no coração das crenças e dos rituais de Tiwanaku. Uma das maiores questões em relação ao estado é como ele se expandiu pela bacia do lago ao longo do primeiro milênio. Segundo antropólogos especializados em nativos andinos, uma hipótese é que os peregrinos responsáveis por elaborar os rituais religiosos eram uma parte crucial da estrutura estatal: por meio das cerimônias, da religião e dos "punidores sobrenaturais", o Estado encorajava a cooperação e restringia as ações de rebeldes.

Mais de uma dúzia de sítios como esse foram encontrados na Isla do Sol, como um a nordeste que servia como um complexo cerimonial em forma de puma. No entanto, do recife de Khoa, aqueles que faziam parte de uma cerimônia aquática tinham uma visão panorâmica do lago e espetacular das montanhas ao redor. "Não é uma surpresa que a elite de Tiwanaku se apropriou desse lugar para grandes e caras cerimônias", dizem os autores.

"Rituais e religião eram profundamente importantes em Estados antigos porque eles estruturaram as vidas das pessoas, assim como a economia e a sociedade como um todo. Foi assim que eles conseguiram criar formas espetaculares de viver e serem sociedades de sucesso", completou Delaere.

 

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