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Com temas que retratam a identidade dos povos indígenas e a luta contra a discriminação



Por Layana Feitoza,
quarta-feira, 12 de maio de 2021
 
 
 

Com temas que retratam a identidade dos povos indígenas e a luta contra a discriminação
Artista indígenas Ellykim Baniwa / Paulo Rodrigues.

Com temas que retratam a identidade dos povos indígenas e a luta contra a discriminação, perfomance e oficina viram produções audiovisuais

Gravados com artistas e jovens indígenas de São Gabriel da Cachoeira (AM), os registros da performance “Lithipokoroda” e da oficina “Performatividades Identitárias” serão lançados no dia 16 de maio, nas redes sociais

Sob a proposta de contribuir com a visibilidade da cultura, das reivindicações e da realidade dos povos indígenas, duas produções audiovisuais, que registraram as atividades de uma performance e uma oficina, serão lançadas no canal do Youtube Artistas Indígenas e divulgadas no Facebook e Instagram @artistasindigenas_sgc e @jovensbaniwa no dia 16 de maio.

A performance manifesto “Lithipokoroda” retrata a discriminação contra os povos indígenas, bem como evidencia a diversidade de línguas destes povos. Já a oficina “Performatividades Identitárias” trouxe a proposta de desfazer lógicas coloniais, e levar reflexões sobre temas como o reconhecimento da própria identidade, além de oferecer referências de artistas indígenas para as jovens participantes.

As filmagens da performance e da oficina foram realizadas no município de São Gabriel da Cachoeira, com artistas e jovens da cidade, que concentra a maior população indígena do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)/Censo 2010.

“São Gabriel da Cachoeira é uma das cidades com maior índice de suicídio entre os jovens. Esse espaço dos projetos surge para ouvir o que eles pensam, oferecer ferramentas de luta e visibilidade, através da arte, na luta contra o racismo estrutural, contra o preconceito, e todos esses resquícios da colonização que encontramos no nosso dia a dia”, pontua a artista indígena Lilly Baniwa, proponente dos dois projetos.

Atos da cena

Na apresentação dos performers, espíritos ancestrais retomam as suas casas, de acordo com a artista e produtora Naiara Bertoli, uma das realizadoras do projeto. “Eles estão vindo de um lugar sujo, abandonado da cidade, em direção à maloca (que simboliza o lugar dos ancestrais)”, diz ela. Estão no elenco da obra os artistas indígenas Ellykim Baniwa, Evellyn Hope, Ge Baniwa, Helen Leli, Nayra Cardoso, Luiz Laureano da Silva, Vander Lima e Lilly Baniwa.

A produção foi gravada na floresta de São Gabriel e na Maloca Casa do Conhecimento (Comunidade de Itacoatiara-Mirim) durante o mês de abril. O grafismo Lithipokoroda, que significa “olho ancestral”, foi escolhido para conduzir a apresentação.

Em uma das cenas, o grafismo é pintado em uma casca de árvore (material utilizado como parede das malocas) por Lilly Baniwa, enquanto o maadzero (mestre) Luiz Laureano canta uma música chamando a ancestralidade e se aproxima para ver o desenho. Os dois erguem essa casca juntos e o excesso de tinta escorre como sangue, borrando o grafismo. Lilly passa a mão nessa tinta e pinta também o seu rosto com ela.

Em outro momento, uma das performers prepara o chamado remédio “do mato” (remédio caseiro) e outra apresenta para ela as mãos cheias de comprimidos. “E diz: ‘Não faça esse remédio, esse sim é remédio’ [fazendo referência aos remédios de farmácia]. Deixa a sua cultura de demônio. Se converte a Deus’”, narra Naiara, lembrando que a performer se coloca nesse papel para mostrar a violência dos atos de invasão e colonização.

Tal cena reflete parte do que se vê atualmente no Brasil, dialoga Lilly Baniwa. “A gente tem o governo federal, que incentiva o uso de remédios sem comprovação científica, por exemplo. Como que o mundo vê a gente lá fora? Muitos pensam que não usamos tecnologia. E quando a gente vai ‘para fora’, todo mundo pensa que vivemos pelados na maloca. É essa visão que tentei trazer [para a performance]”, aponta Lilly.

Oficina

A oficina “Performatividades Identitárias”, que aconteceu de janeiro a abril, reuniu cinco jovens da comunidade Itacoatiara-Mirim. As oficinas aconteceram na Maloca Casa do Conhecimento e em outro espaço da comunidade. No outro grupo, formado por outras cinco jovens residentes na cidade de São Gabriel da Cachoeira, os encontros foram semanais, em uma residência.

“Conversando com minhas primas e sobrinhas, elas me pediram para compartilhar aquilo que tenho aprendido na faculdade de teatro, para que elas possam começar com um grupo de dança/teatro, encontrar um caminho de trabalho e expressão com a arte e se ocuparem, já que a realidade das jovens diante da pandemia tem se mostrado ainda mais difícil”, enfatiza Lilly Baniwa.

Os temas que foram trabalhados na oficina surgiram a partir das próprias demandas das jovens. Em uma das dinâmicas, elas levaram um objeto de gosto pessoal. Ao acessarem as memórias dos referidos objetos, as jovens compartilharam algumas histórias. E delas surgiam algumas dificuldades vivenciadas, como preconceito e lembranças de assédio sexual.

Com o espaço de compartilhamento de vivências feito pelas meninas, foram trazidas à tona muitas histórias que não haviam sido compartilhadas, e que não tinham recebido um aconselhamento ou respaldo.  A equipe escolheu algumas temáticas que geraram maior identificação entre as jovens, para então criar os vídeos performativos gravados no final.

Colaboradores

Também fizeram parte da oficina oito vídeos formativos, feitos por grupos e artistas indígenas, como Djuena Tikuna, Surara dos Tapajós, Kaê Guajajara, Katu Mirim, Denilson Baniwa, Jaider Esbell, Salisa Rosa, Ira Maragua, entre outros. “Foi uma forma que a gente encontrou para fazer essa interação com outros artistas para elas conhecerem, e terem suas referências”, explica Naiara.

“Baixamos clipes dos cantores, levamos muitas músicas deles para elas acompanharem. Nesses vídeos, os próprios artistas contaram um pouco da sua caminhada, sobre qual eram seus povos, se eram aldeados ou não, onde moravam, e conversavam sobre como foi o caminho percorrido para chegar nesse lugar de serem artistas reconhecidos hoje”, conclui Bertoli.

Apoio

A performance manifesto “Lithipokoroda” foi contemplada pelo Programa Cultura Criativa – 2020/Lei Aldir Blanc – Prêmio Feliciano Lana do Governo do Estado do Amazonas, com apoio do Governo Federal, Ministério do Turismo,  Secretaria Especial da Cultura e Fundo Nacional de Cultura.

A oficina “Performatividades Identitárias” foi contemplada pelo Programa Cultura Criativa – 2020/Lei Aldir Blanc – Prêmio Encontro das Artes do Governo do Estado do Amazonas, com o apoio do Governo Federal, Ministério do Turismo, Secrtaria Especial da Cultura e Fundo Nacional de Cultura.

 

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