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Jovens de comunidades tradicionais da Amazônia lançam carta em defesa dos territórios e do clima rumo à COP30

O documento foi elaborado por mais de 400 jovens indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas

Por Emanuelle Araujo Melo de Campos, UP Comunicação Inteligente
quarta-feira, 2 de julho de 2025
 
 
 

Jovens de comunidades tradicionais da Amazônia lançam carta em defesa dos territórios e do clima rumo à COP30
Jovens de comunidades tradicionais da Amazônia lançam carta em defesa dos territórios e do clima / Foto: © Divulgação / UP Comunicação Inteligente

Fortalecimento de políticas públicas, financiamento direto para organizações comunitárias, educação e saúde contextualizadas com a realidade amazônica, apoio técnico, político e financeiro, fortalecimento das economias da sociobiodiversidade, segurança territorial, entre outras pautas, compõem a Carta Regional das Juventudes de Povos e Comunidades Tradicionais.

O documento foi elaborado por mais de 400 jovens indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas, após intensos debates e trocas de saberes durante o Encontro das Juventudes de Povos e Comunidades Tradicionais, realizado na última semana. O evento destacou o protagonismo de jovens das florestas e águas da Amazônia, e ocorreu no Quilombo São Francisco do Bauana, localizado entre o município de Alvarães e a Floresta Nacional (Flona) de Tefé (a 531 km de Manaus) — região duramente impactada pela crise climática, com a morte de centenas de botos-cor-de-rosa, peixes e outros animais, além do isolamento de milhares de famílias, reflexo direto do aumento da temperatura global e da forte estiagem que atingiu o Amazonas nos últimos dois anos.

Além das discussões políticas e ambientais, o encontro também celebrou marcos históricos: os 40 anos do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), os 35 anos de criação das Reservas Extrativistas (Resex) e os 14 anos do projeto “Jovens como Protagonistas pelo Fortalecimento Comunitário”.

Para viabilizar a participação dos jovens, foi realizada uma operação logística envolvendo voos, traslados por estradas de barro, rios, barcos regionais e dezenas de canoas que percorreram diversas comunidades da região de Tefé. Mais de 60 famílias do quilombo acolheram os participantes, oferecendo espaços da escola, refeitório, centro comunitário, casas de moradores, além do campo e da quadra de futebol.

Denise Godim do Carmo, jovem da comunidade Bauana (RDS Uacari, em Carauari – a 788 km de Manaus), participou pela primeira vez do evento. Para ela, foi uma oportunidade concreta de construção de políticas públicas com a participação da juventude. “Nós, jovens, podemos atuar, dar nossas vozes e falar sobre nossa emancipação dentro do território, sobre os trabalhos que desenvolvemos e, principalmente, sobre as políticas públicas que desejamos e almejamos conquistar”, afirmou.

 

Documento de reivindicação política

A Carta Regional das Juventudes de Povos e Comunidades Tradicionais traz reivindicações claras aos governos e à sociedade civil, com foco na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá neste ano, em Belém (PA).

O texto reforça que a Amazônia é um território vivo e habitado, e não um “vazio” a ser explorado, como ainda é tratado por muitas políticas públicas e pelo mercado. Os jovens relatam que as mudanças climáticas afetam diretamente suas vidas, dificultando a pesca, agricultura, navegação e o acesso à educação. Ainda assim, continuam cuidando das florestas, rios, saberes e culturas.

“Vivemos grandes avanços na construção de uma carta de reivindicação dos povos e comunidades tradicionais — que será revisada e entregue às autoridades na COP30 e ao Governo Federal. A juventude está presente, sonhando e propondo alternativas para manter a floresta em pé. Porque decidimos estar nesses espaços de decisão coletiva”, afirma Wendel Araújo, secretário de Juventude do CNS.

Atividades culturais

Durante o encontro, também foram realizadas diversas manifestações culturais. Os moradores do Quilombo Bauana apresentaram um desfile com imagens em defesa da fauna, da flora amazônica e das economias da sociobiodiversidade. No segundo dia, encenaram a tradicional dança do agricultor, com moradores carregando utensílios das roças.

Além disso, no terceiro dia, uma instalação artística em uma árvore chamou a atenção para a defesa dos saberes e da importância das populações extrativistas na luta contra as mudanças climáticas.

A iniciativa foi promovida pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Memorial Chico Mendes (MCM), Jovens Protagonistas (JP) e Associação dos Moradores e Produtores Agroextrativistas da Flona de Tefé e Entorno (APAFE), com apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), SOS Amazônia, Instituto Clima e Sociedade (ICS), Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Rainforest Noruega (RFN), GIZ, ICMBio, Prefeitura de Alvarães, Câmara de Vereadores de Alvarães, CONAQ-AM, grupo Mulheres Protagonistas da Flona Tefé, Quilombo São Francisco do Bauana, Rede Maniva de Agroecologia (REMA), entre outras organizações locais.

 

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