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Tradição do bom princípio ganha novo significado como ferramenta de educação financeira infantil
Jovem escritora Malu Lira defende que gestos simbólicos podem formar crianças mais conscientes sobre dinheiro Por Paula Cabrera, segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
Com a chegada de um novo ano, uma tradição antiga volta a circular entre famílias brasileiras, o chamado “bom princípio”, quando crianças oferecem votos de boas energias aos adultos e recebem, em troca, uma doação em dinheiro de valor simbólico. Esse costume tem se mostrado uma oportunidade prática para introduzir conceitos de educação financeira desde a infância. Para Malu Lira, escritora e influenciadora de educação financeira voltada a crianças e jovens, o momento pode ir além do simbolismo. Aos 15 anos, a criadora do canal Malu Finanças defende que pequenas experiências com dinheiro ajudam a construir uma relação mais saudável com as finanças ao longo da vida. “Quando a criança passa a lidar com dinheiro, mesmo em valores pequenos, ela começa a entender limites, escolhas e responsabilidade sobre como ela utiliza esses recursos”, afirma. Segundo Malu, a educação financeira não se resume a economizar, mas envolve aprender a decidir, planejar e refletir. “O simples ato de receber um valor no ‘bom princípio’ já abre espaço para conversar sobre poupar, gastar com consciência ou até investir. Torna-se um aprendizado que acontece de forma natural, dentro da rotina da familia”, explica. A jovem autora também destaca o papel dos adultos nesse processo. Para ela, pais e responsáveis são fundamentais na mediação desse aprendizado. “Não basta entregar o dinheiro, é importante explicar o que ele representa, por que está sendo dado e quais caminhos podem ser seguidos com aquele valor, como guardar, gastar ou doar”, orienta. Entre as sugestões práticas, Malu recomenda transformar o dinheiro recebido em metas simples, como o uso de um cofrinho ou a definição de pequenos objetivos ao longo do ano. Dessa forma, a criança consegue visualizar o impacto do tempo, da disciplina e das escolhas. “Quando ela percebe que não precisa gastar tudo imediatamente, começa a entender o valor da espera e do planejamento”, diz. Para Malu, inserir a educação financeira no cotidiano é uma forma de preparar crianças para desafios futuros. “Conversar sobre dinheiro não precisa ser algo complexo ou pesado. Pode acontecer em situações simples, como decidir entre comprar algo agora ou guardar para realizar um desejo maior depois”, completa. Embora o “bom princípio” seja um gesto simbólico, Malu reforça que o aprendizado vai muito além do valor envolvido. “O mais importante é criar uma base sólida de consciência financeira. Ensinar desde cedo que o dinheiro é uma ferramenta que se pode aprender á usar, não algo que deixa as pessoas ruins, mas um pedaço de papel que podemos escolher usar para ter uma vida melhor e ajudar outras pessoas.”
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